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Morte de traficante denunciado por 'Dona Vitória' fecha ciclo de história que virou filme com Fernanda Montenegro

  • latitude0ap
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

William "Marmitão" foi um dos cinco mortos em operação que investiga assassinato de policial civil. Ele havia sido gravado pela aposentada Joana da Paz, que inspirou o filme “Vitória” e viveu sob proteção por 17 anos.



Fernanda Montenegro como Vitória e Joana Zeferino da Paz em 2006, com sua câmera — Foto: Divulgação/Fábio Gusmão/Arquivo/Extra
Fernanda Montenegro como Vitória e Joana Zeferino da Paz em 2006, com sua câmera — Foto: Divulgação/Fábio Gusmão/Arquivo/Extra

Um dos cinco traficantes mortos durante uma operação da Polícia Civil na Ladeira dos Tabajaras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na última terça-feira (15), foi William do Amaral Gomes, conhecido como Marmitão. Segundo informações do G1, ele havia sido denunciado no início dos anos 2000 pela aposentada Joana Zeferino da Paz, a Dona Vitória, mulher que inspirou o filme “Vitória”, estrelado por Fernanda Montenegro.


A ação policial buscava capturar os assassinos do policial civil João Pedro Marquini, de 38 anos, marido da juíza Tula Mello. O agente foi morto em 30 de março, durante um assalto na Grota Funda. Ele teria reagido ao ser rendido com a esposa.


Marmitão era apontado como um dos chefes do tráfico na comunidade. Segundo informações da TV Globo, ele era tio de outro criminoso morto na mesma operação, Vinicius Kleber Di Carlantonio Martins, conhecido como Cheio de Ódio. O local do confronto, o Morro dos Tabajaras, liga os bairros de Copacabana e Botafogo e possui entradas por vias de grande circulação.


Durante a operação, quatro pessoas também foram presas. Um dos capturados, Antônio Augusto D'Angelo da Fonseca, suspeito de participar do latrocínio do policial, foi encontrado no apartamento da própria mãe.


O legado de Dona Vitória




A história de Joana Zeferino da Paz ficou nacionalmente conhecida após ela entregar à Polícia Civil gravações feitas da janela de seu apartamento, localizado na Praça Vereador Rocha Leão, com vista direta para uma boca de fumo na Ladeira dos Tabajaras. Com sua câmera, ela registrou traficantes armados e em atividade, imagens que resultaram na prisão de mais de 30 pessoas, incluindo policiais militares coniventes com o crime organizado.


“Quando a gente vê essa história toda se fechar, entende a dimensão da coragem daquela mulher. A Dona Vitória enfrentou sozinha o tráfico e a corrupção com uma câmera na mão”, relembrou o jornalista Fábio Gusmão, autor do livro Dona Vitória Joana da Paz, lançado em nova edição em 2024.


Joana entrou no Programa de Proteção à Testemunha e viveu os últimos 17 anos sob anonimato, longe do Rio de Janeiro, até falecer na Bahia aos 97 anos. “Desde o momento em que a gente publica a reportagem ela queria uma coisa: que todos soubessem quem era ela”, disse Gusmão. “Quando ela parte, infelizmente, a história dela, o legado e os ensinamentos merecem ter o crédito: quem era aquela mulher forte, quem era Joana Zeferino da Paz.”


Marmitão foi um dos primeiros traficantes denunciados graças às fitas entregues por Joana. A operação que levou à sua morte parece fechar um ciclo de mais de duas décadas, iniciado por uma mulher armada apenas de coragem e uma câmera doméstica.


A trajetória de Dona Vitória ganhou as telas em um filme homônimo disponível no Globoplay, com produção da Conspiração e Fernanda Montenegro no papel principal. O longa reconta a luta silenciosa de uma cidadã comum que desafiou o poder do tráfico e da corrupção no coração de Copacabana.

 
 
 

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